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domingo, 9 de fevereiro de 2020

A FÍSICA E A QUÍMICA DE CADA UM.

Ela era muito safadinha, gostava de sentir prazer e não tinha medo ou vergonha de ser feliz. Era muito criativa, curtia um repertório variado, mais ainda se fosse inusitado. Não tinha preconceito e não tinha frescura, gostava de sexo e adrenalina, sexo com adrenalina. Gozava muito e de várias maneiras, mas não era fácil e não era com qualquer um. Aliás, sozinha gozava muito bem. Gostava de vara na buceta, no cuzinho, na boca, na bunda e na cara, com a língua, com os peitos e com as mãos. Gozava com o pau dentro, com aquela bucetinha molhada e quente, que se contraía involuntariamente. Gozava e continuava o tempo que fosse, não cansava nunca e pedia sempre com força, pedia sempre muito. Gozava no cuzinho, com porra na boca, com um pau latejando em pulsos, com gemidos de um gozo profundo. Nem sempre gozava e sabia o dia que não ia gozar, mas curtia muito a brincadeira, a metedeira, a pele, as palavras e carícias. Às vezes só uma rapidinha, quando o tempo permitia.
No entanto, o orgasmo com penetração não era seu prato principal, nem sequer a sobremesa. Ela gozava mesmo, de ficar mole, arrepiada, eletrizada de não se poder tocar, era no clitóris que ele adorava sentir rijo e quente, nos dedos a na língua. Ela já gozou dessa forma nos dedos e na minha língua dele. Mas o normal era ela ter esse orgasmo depois de ter dado muito, de todo jeito, de se esfregar, de chupar, de dizer e ouvir safadezas. Ela gozava mesmo era sozinha, com um brinquedinho que esfregava no grelinho, ouvindo suas safadezas e elogios, sentindo sua barba e sua boca passeando pela sua barriga e peitos. Às vezes, ele interrompia e metia mais um pouquinho. Às vezes, ela precisava de muita concentração e ele se calava e ficava só curtindo aquele corpo lindo, se contorcendo, até explodir num gemido sustenido e se encolher, contraindo todos os músculos. Eletrizada procurando se descarregar no abraço dele, na sua pele se encaixando no corpo dele. Aproveita ele aquele corpo eletrizado, se abraça, se esfrega todo, aperta muito, fala o que sente bem no seu ouvido, prolongando o êxtase, o qual ele também sente.
Não ficava constrangido, sabia o quanto ela gostava de ficar com ele. Sabia que quando ele a beijava, a acariciava, a penetrava..., a energia gostosa que rolava, era dele e dela, dela para ele, dele para ela, tudo misturado. O prazer dela era o prazer dele e o prazer dele era o prazer dela. Quanto mais íntimos ficavam, mais gostoso era. Ele curtia o orgasmo mais profundo dela, sabendo que era resultado de todo um conjunto, do qual ele era apenas uma parte. Curtia e aprendia todo dia, se realizava. Sentia aquela energia toda, que os fazia poderosos, soberanos, que os tirava de seus corpos. Sentia a empatia e a harmonia de suas peles. Tudo era válido nas suas brincadeiras e dava resultado, não havia porque descartar qualquer brinquedo.
Ela era resolvida com o seu prazer, se conhecia e o obtinha da maneira mais econômica para sua anatomia, para sua física e para sua química.
Mas a história que esse conto relata, é mais antiga, de antes dele. De um ex-namorado que achava que o orgasmo dela devia ser uma obra sua. Tinha ciúme dos seus brinquedinhos e os tratava como inimigos, não como parceiros. Sentia ciúmes dos inanimados brinquedos, que culminavam a ela orgasmos eletrizantes, a fazendo completa e satisfeita.
Sem compreendê-la na sua plenitude e individualidade, um dia ao lixo, os brinquedos ele resolveu destinar. Isso já bastaria para ser o fim, mas ela decidiu continuar. Até que um dia, por tantos motivos, vieram a se separarem.
Ele que odiava os brinquedos dela, por vingança, depois da separação, uma boneca inflável, veio ele comprar, para brincar só.

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